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sexta-feira, julho 22, 2011

Acabou. O dia findou. A garrafa está deitada sobre a mesa sem que nehuma gota caia, sem que nem mesmo um odor nauseabundo exale. O vento se acalmou lá fora. Atémmesmo a brisa tímida não está lá para falsear vida nas folhas mortas condenadas ao chão. O âmbar dos faróis vem e vão na sincrônica procissão do retorno ao lar. Silêncio. Sem versos. Não consigo crer neles. Não os encontro também. O que os torna dispensáveis, assim como qualquer princípio divino do qual só podemos usufruir quando seus desígnios se encaixam e não quando precisamos dele, o que o torna, tal qual meus versos enfadonhos, não só inútil como sádico. Essa quietude exaspera. Talvez a atmosfera frenética da noite; o tintilar dos copos suplicando mais uma rodada de torpor; o perfume rescendendo na roupa impecável, especialmente escolhida para ocultar misérias... Contaremos história, as mesmas, recorrendo para não habitar o presente. Daremos gargalhadas largas, incontidas ou desdenharemos dos que sorriem ao nosso redor, cada qual tentando imputar aos outros a própria ridicularidade. Talvez tudo mude. Certamente talvez

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