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domingo, janeiro 21, 2007

Ecos...



Mantive sempre as mãos cheias delas. Sementes para serem abudantemente lançadas. Costumam crescer céleres e famintas. De esquinas passam a países. Precoces crias amamentadas de vazio, prenhes de saudades não ditas, daquelas que transformam os dias em vigílias. Distâncias ficam belas em retratos. Lonjuras em tratados. O longíquo é sonoro. Transforma frases em ecos, promessas em súplicas serpenteando na memória, cheias de teimosia em manterem-se na superície exasperada da consciência, assaltando de imagens cálidas os leitos que jazem frios de solidão habitada.
Noite propícia para se falar sobre isso. Certa voz insiste em me recordar tais coisas. Um ronronar cujo hálito de tempestade não transgride a calma de meus pêlos, mas cuja presença teima em desafiar a ausência que lhe imputei tremendo. Essa noite é dela. Talvez, pela amanhã, ela passe por aqui desavisada e saiba que estou farto da condição de semeador de distâncias.

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