Pesquisar este blog

domingo, janeiro 21, 2007

Noites...



As noites são damas arredias, cujo bailar dos vestidos obscurem de desejo os incautos que investigam seus segredos. Sempre temi as noites. Como quem olha para a lâmina de punhal fascinado por seu brilho e trêmulo pelo seu corte, aguardo ansioso o véu se estender sobre a terra e a volúpia humana fazê-lo tremular com seus desatinos plenos de existência fecunda e trágica.
As noites são mulheres cujo recato é uma aparência sóbria e instigante. Assemlham-se àqueles corpos que impõem a sutil malícia de pequenos continentes de pele habilmente distraídos a escapar sorrateiros do tecido negro que os encobre para adocicá-los de curiosidade.
Sinto o perfume dessa dama deslizar pela janela e vejo seus tornozelos desnudos saltinando por debaixo do firmamento ruborizado de estrelas. Mas seus olhos, a, seus olhos, esses não tenho a ousadia de mirar.

Nenhum comentário: